28 de abril de 2011

Conclusão

     Esse blog foi criado para a apresentação de uma Antologia de textos literários da Modernidade (trabalho de Língua Portuguesa).
     Foram apresentados dez textos, entre poemas, poesias, crônicas e trechos de livros de dez autores diferentes.
     Percebemos, pelo modo usado na escrita, que o modernismo foi evoluindo a cada geração (primeira, segunda e terceira).
     A primeira fase (1922 - 1930) tinha como característica principal o nacionalismo e a adequação da linguagem falada na linguagem escrita.
     Já a segunda ( 1930 - 1945) utilizava os versos livres, e aprofundava as relações do 'eu' com o mundo.
     E na terceira fase (1945 - 1960) os poetas buscavam uma poesia mais 'equilibrada e séria', voltando-se os modelos para Parnasianos e Simbolistas.
     Esperamos ter atingido as expectativas da professora.

E.E. Dr. Antenor Soares Gandra | 3ºB
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Profª Daniele

Rachel de Queiroz - Biografia


     Rachel de Queiroz, nasceu em Fortaleza, no dia 17 de novembro de 1910, e morreu em 04 de novembro de 2003.
     Sua formação escolar parou em 1925, formando-se professora aos 15 anos de idade.
     Em 1935. com a decretação do Estado Novo, seus livros foram queimados em Salvador - BA, juntamente com os de Jorge Amado, José Lins do Rego e Graciliano Ramos, sob a acusação de subversivos. O golpe militar de 1964 teve em Rachel uma colaboradora, que "conspirou" a favor da deposição do presidente João Goulart.
     Rachel de Queiroz chegou aos 90 anos afirmando que não gostava de escrever mas que escrevia para se sustentar. Ela lembra que começou a escrever para jornais aos 19 anos e nunca mais parou, embora considerava pequeno o número de livros que publicou.

Telha de vidro (Rachel de Queiroz)

Quando a moça da cidade chegou
veio morar na fazenda,
na casa velha...
Tão velha!
Quem fez aquela casa foi o bisavô...
Deram-lhe para dormir a camarinha,
uma alcova sem luzes, tão escura!
mergulhada na tristura
de sua treva e de sua única portinha...

A moça não disse nada,
mas mandou buscar na cidade
uma telha de vidro...
Queria que ficasse iluminada
sua camarinha sem claridade...

Agora,
o quarto onde ela mora
é o quarto mais alegre da fazenda,
tão claro que, ao meio dia, aparece uma
renda de arabesco de sol nos ladrilhos
vermelhos,
que — coitados — tão velhos
só hoje é que conhecem a luz doa dia...
A luz branca e fria
também se mete às vezes pelo clarão
da telha milagrosa...
Ou alguma estrela audaciosa
careteia
no espelho onde a moça se penteia.

Que linda camarinha! Era tão feia!
— Você me disse um dia
que sua vida era toda escuridão
cinzenta,
fria,
sem um luar, sem um clarão...
Por que você na experimenta?
A moça foi tão vem sucedida...
Ponha uma telha de vidro em sua vida!


>> Rachel de Queiroz, escrevia o que acontecia ou pelo menos, imaginava. Pode-se perceber pelos poemas dela que ela baseava-se em fatos reais, como por exemplo esse poema, em que ela fala da garota que chega na fazenda.
   O poema é escrito com versos livres e não segue a nenhuma regra.

Ferreira Gullar - Biografia

     Ferreira Gullar (José Ribamar Ferreira), nasceu no dia 10 de setembro de 1930, em São Luiz – Maranhão.
     Em 1948 tornou-se locutor da Rádio Timbira e colaborador do "Diário de São Luís", em 1948.
     No dia 1º de abril de 1964, filia-se ao Partido Comunista Brasileiro. Com a assinatura do Ato Institucional nº 5, é preso, em companhia de Paulo Francis, Caetano Veloso e Gilberto Gil.
     O ano de 1970 marca sua entrada na clandestinidade, passando a dedicar-se à pintura.
     Informado por amigos, em 1971, do risco que corria se continuasse no Brasil, decide partir para o exílio, morando primeiro em Moscou (Rússia) e depois em Santiago (Chile), Lima (Peru) e Buenos Aires (Argentina). Durante esse período, colaborou com o semanário "O Pasquim", sob o pseudônimo de Frederico Marques.
    
Poeta consagrado, ele também é ensaísta, tradutor, dramaturgo e crítico de arte. Entre suas obras mais importantes estão "Poema sujo" (1976), "Argumentação contra a morte da arte" (1993) e "Muitas vozes" (1999).

Aprendizado (Ferreira Gullar)

Do mesmo modo que te abriste à alegria
           abre-te agora ao sofrimento
           que é fruto dela
           e seu avesso ardente.

Do mesmo modo
           que da alegria foste
                                    ao fundo
           e te perdeste nela
                                    e te achaste
                                    nessa perda
deixa que a dor se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas
                                    e em tua carne vaporize
                                    toda ilusão

que a vida só consome
o que a alimenta.


 >>  Pode-se perceber que esse poema não foi escrito de uma maneira tradicional (alinhado), mas cada verso em uma parte da linha.
   Essa é uma das características dos poemas de Ferreira Gullar, já que ele escreveu vários poemas dessa maneira.

27 de abril de 2011

Jorge Amado - Biografia


     Jorge Amado de Faria nasceu no dia 10 de agosto de 1912, em Itabuna – BA.
     Em 1931 foi publicado seu primeiro romance, "O país do carnaval", que recebe elogios dos críticos e torna-se um sucesso de público.
     Escreve em "A Manhã", jornal da Aliança Nacional Libertadora, pelo qual cobre a viagem do presidente Getúlio Vargas ao Uruguai e à Argentina. Sofre sua primeira prisão em 1936, por motivos políticos: acusado de participar do levante ocorrido em novembro do ano anterior em Natal — chamado de "Intentona Comunista” — é detido no Rio. Seus livros, considerados subversivos, são queimados em Salvador por determinação da Sexta Região Militar.
     Liberto, em 1938, o escritor é mandado para o Rio. Muda-se para São Paulo, onde reside com Rubem Braga. Retorna ao Rio no ano de 1939. Exerce intensa atividade política, em decorrência das torturas de presos e a desarticulação do Partido Comunista.
     Participa, em janeiro de 1945, na condição de chefe da delegação baiana, do I Congresso de Escritores, em São Paulo. O encontro termina com uma manifestação contra o Estado Novo. Jorge é preso por um breve período juntamente com Caio Prado Jr.
     Foi eleito deputado Federal, mas teve seu mandato cassado, e acabou se exilando voluntariamente em Paris. Sai do Partido Comunista, segundo explica, "porque queria voltar a escrever".
     Faleceu em 06 de agosto de 2001.

Gabriela, cravo e canela (Jorge Amado)

[...]
     “Só Gabriela parecia não sentir a caminhada, seus pés como que deslizando pela picada muitas vezes aberta na hora a golpes de facão, na mata virgem. Como se não existissem as pedras, os tocos, os cipós emaranhados. A poeira dos caminhos da caatinga a cobrira tão por completo que era impossível distinguir seus traços. Nos cabelos já não penetrava o pedaço de pente, tanto pó se acumulara. Parecia uma demente perdida nos caminhos. Mas Clemente sabia como ela era deveras e o sabia em cada partícula de seu ser, na ponta dos dedos e na pele do peito. Quando os dois grupos se encontraram, no começo da viagem, a cor do rosto de Gabriela e de suas pernas era ainda visível e os cabelos rolavam sobre o cangote,  espalhando perfume. Ainda agora, através da sujeira a envolvê-la, ele a enxergava como a vira no primeiro dia, encostada numa árvore, o corpo esguio, o rosto sorridente, mordendo uma goiaba.”
[...]


>> Nesse trecho do livro “Gabriela, Cravo e Canela”, percebemos a diferença entre a linguagem usada antes do modernismo, que era complicada; e a linguagem usada nesse livro não é uma linguagem difícil de se entender.